Os olhos pediam abrigo no céu e para os ouvidos bastava o silêncio, onde caberia a conversa de um casal de papagaios à porta da cozinha.
Se me beijasse agora, roubaria de min o mel que lambuza o pão que levo à boca.
Mas seus lábios estão além do apelo dos beijos.
E seus olhos desviam das poesias que escrevo para você.
Menino, hoje não sentei no gramado, pois as nuvens derreteram-se para beijar o chão. Pelas ruas o rastro daquele encontro imaculado, que meus sapatos não calçaram suas asas para que fosse percorrido.
A mim restou apenas a janela, por onde chegou o poente para finalmente confessar porque me escraviza em sua paixão.
Aceitei a chaga sussurrada ao pé do ouvido, e num riso derramei-a num papel que dobrei e guardei no bolso.
Ah menino! Eu queria por hoje poder não querer nada!
Queria abandonar a lei que rege os pores-do-sol e as fantasias de menina...
Deixar de ser matéria!
Não ser mais coisa alguma.
E brincaria de estar nas paredes que sustentam o pequeno mundo do seu quarto...
Aceitei a chaga sussurrada ao pé do ouvido, e num riso derramei-a num papel que dobrei e guardei no bolso.
Ah menino! Eu queria por hoje poder não querer nada!
Queria abandonar a lei que rege os pores-do-sol e as fantasias de menina...
Deixar de ser matéria!
Não ser mais coisa alguma.
E brincaria de estar nas paredes que sustentam o pequeno mundo do seu quarto...
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