sábado, 26 de novembro de 2011

Filosofias de praça

Saí à caça de outro poente, incerta sobre o desabar das nuvens que omitem cores de uma pintura que não posso ver. À minha frente há uma praça, que observo de cima das pernas postas em cruz, acolhendo os papéis em meu colo. Mas às vezes é a praça que senta em meu colo e os papéis voam a minha frente...


Debaixo desse céu há outra praça que te acolhe e a seu cabelo que eu tanto gosto, enquanto brinca pelo dia que se derrete sempre no mesmo horário.
Mas sozinhas, sem as cores, o menino ou o cachorro, quem senta ao meu lado é o silêncio de tanto ruído urbano que já me acostumei a calmamente ignorar...


Pronto. Tudo se tornou anil.
O mercúrio traz a sombra de meus dedos ao papel onde se deitaram as palavras prometidas ao meu professor preferido.
Dispus-me do banco a filosofar e ser poeta. A praça se dispôs para meu olhar filosófico enquanto meu corpo disposicionou-se várias vezes, exibindo-se para um poente omitido.
Sentada, percorri um caminho impulsionada pelo espanto de perceber que tantas palavras utilizadas em trabalhos acadêmicos ou poesias vespertinas não tem o sentido que teriam se ainda ouvíssemos o que elas têm a dizer em sua síntese dialética originalmente grega... enfim, o trabalho está pronto e seu palco foi a praça.

Vou voltar para casa, assar pão de queijo e escrever num blog que ninguém lê.
Não... não há tristeza em minhas composições solitárias. Nietzsche também não obteve sucesso sempre que produziu suas sintaxes... Essa é minha poética e filosofante maneira de SER por trás do meu ENTE, após quebrar os grilhões e escolher sentar sobre todos os poentes...

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