Naveguei pelos ribeirões de piche, pegando carona nos rolamentos
mecânicos dos navios que percorrem as praias intraurbanas em todas as direções,
escancarando a preponderância econômica nas edificações das suas areias. Pelas
janelas avistava a economia administrativa das minhas próprias poesias, que
pelos meus olhos colhe as palavras no sistema de engrenagens orgânicas impulsionado
por um vento que ignora a meteorologia e passa a assoprar pelos interesses sobrenaturais
do capital. O papel para transcrevê-la é pautado pelas regras desse mesmo
sistema que me ensinou a simplificar o mundo entre o belo e o feio e poetizar
rapidamente apenas o que é belo. E já que não encontro a saída de emergência
dessa grande nave que me carrega atrelada a essa transvaloração dos valores, peço
parada ao motorista e salto para cima de um muro de onde posso admirar os
brotos das contra-ideologias anti-hegemônicas plantados entre as árvores e nascentes, pelas mãos
dos duendes de jardim que me sorriem embarreados e cheirando a protetor solar.
Transponho o muro e me abrigo entre as cortinas do camarim que me
permite assumir as vestes desgarradas de um modismo contemporâneo e me traz um
novo sorriso ao interpretar o meu papel social favorito. Aceito a cobertura do
creme vendido sob a promessa de proteção anti-raios violeta e finalmente despejo-me
junto à base branca que se mistura aos pigmentos para conceber as cores
aspiradas pelo plano da imaginação.
O sol vem prometendo seu calor e a luz que vence a delicadeza das nuvens,
condescendido pelos miseráveis espectadores que estarão de mãos dadas naquele
refúgio intra-urbano até o poente.
Atrás dos pincéis e de cada pingo de cor pela pele e roupa, a menina e
seus segredos brincam entre girassóis tão solitários e sorridentes quanto ela.
Estação Luzzzzzzzzz.....nossa q sono esse meu serviço dá viu!rs
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