domingo, 22 de janeiro de 2012

Chuva de verão

Sentei atrás das flores que, serenas, observavam a chuva beijar o quintal.
Atrás de meus olhos sentou-se a lembrança da poeira que o ventilador assoprou, da morte que ela cumprimentou e adiou e da cama de um alguém onde caí mais uma vez.
Sim, estivemos à espera da torta de queijo no sentido literal, servindo seus pedaços de pretexto às quatro e meia da manhã, em forma de sobremesa que complementa o desejo de esperar um pouco mais.

Cerrava e abria as pálpebras, testando minhas realidade e ficção. Me via nas gotas de suor que transformavam suas costas em diamante e depois escorregavam pela cachoeira seca dos olhos duma alcoviteira que enterra sua melhor amiga.
Liquefiz para solidificar e não chorar por ela.
Solidifiquei para armar meus lábios e sorrir para você.

E sento atrás das flores, repassando idéias, observando o tempo, saudando os amigos, almejando aromas e contabilizando minutos, depois de uma chuva de verão...

Nenhum comentário:

Postar um comentário