Comi esfirra de carne, para dar mais proteína às minhas filosofias.
Comi para continuar sendo carne, perdurar a matéria e, intelectual e orgânica, poder filosofar...
Quero seu carinho e ainda não sei se quero você, se quero alguém...
Alguém?
Alguém além de mim...
Essa noite eram somente minha cama, eu e o relógio que me proíbe de sonhar antes das duas da manhã.
Essa noite era somente outra noite em meu triângulo amoroso, rolando na cama enquanto as horas rolavam sobre mim.
E te coloquei pra dormir, antes do sono, pra que eu amanhecesse sozinha. Para que acordasse e afastasse as cortinas do teu carinho e enxergasse por mim, pela proteína dos meus olhos, pelo Ser no Ente de carne e emoção.
O Ente que chama de seu, e "acarinha" em meio aos gritos do Ser que não quer pertencer, mas que eu te daria... se fosse surda!
Eu vinha seca, e amoleci quando derramou todo o carinho que já esperava um alguém pra dedicar.
E derreti. E dissoluta vi, menino-homem com quem adoro estar, que eu esperava carinho também quando o seu tocou em mim. Vi, senti-o e me confundi.
Pois não o quero só por já o estar esperando, carinho qualquer.
Não o quero porque você esperava pronto para doar, a um alguém qualquer.
Quero saber aceitar seu carinho porque é seu, vem de ti, pois é você e não carinho.
Quero que me dê o que é seu (meu), feito pra mim (por ti), não porque fui quem apareceu na sua vida, mas porque sou eu à aceitá-lo agora.
"Ahh, esfirra de carne!
Quem dera antes de comê-la eu pudesse lhe perguntar como fora a sua vida de carne antes de ser morta, moída e envolvida pela massa..."
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