transcrevi-o aqui (páginas descoladas de um livro sem lugar nas prateleiras) !!
Te perguntei, enquanto atravessávamos uma nuvem de fumaça dentro do nosso Zeppelin, pelas voltas do vinil naquela vitrola no canto do boteco...
Te perguntei agarrada ao que me restou de lucidez, pra que reescrevesse em mim aquelas linhas opacas no papel da minha vida, as que eu nunca consigo ler...
Te perguntei, borboleta, quando entre os copos desfilavam filosofias sentimentais,
quando entre as tantas de mim não palpava nenhuma, sentimento nenhum,
e eu era uma mistura de "nadas" e "nuncas".
Meu nunca...
Meu nunca que é ao mesmo tempo meu tanto.
Meu é. E meu foi.
Meu tudo, que destrinchado não resta nada (nada!).
Meu nada, que volta a ser meu tudo.
Minha mistura,
só eu.
Te perguntei, sim, pois eu quis conhecer e nomear um sentimento novo,
pra guardar dentro do livro e colocar o livro no lugar certo na estante...
Te perguntei,
quando percebi que tudo o que senti até agora foram apenas "sensações"...
E sem resposta fiquei entre os copos, vinis, numa escadaria envolta pela nuvem de fumaça.
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