É sempre ali
Que eu respiro, molho o banco, resgato lembranças e pedaços do que nem foi vivido
É sempre ali que eu me lembro que estou sozinha e que respirar é a única coisa sob a qual ainda mantenho o controle
É ali que me sento pra não chegar a conclusão nenhuma, coleciono estrelas sem nome, mancho a calça e me levanto de novo..
Até o dia que me cansar do próprio oxigênio ou de compor paisagens que ninguém vê
Até o dia em que transformem minha praça num prédio, numa empresa, ou numa usina nuclear
Até o dia em que eu mesma nem me lembre da praça ou de mim
Não existam processos fisiológicos naturais nem química sentimental que me leve a sentar ali
Naquele canto da praça
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