terça-feira, 29 de novembro de 2016

Outra


A vela queimava no altar enquanto eu me dissolvia no trânsito da cidade
O dia tinha cheiro de crianças e o estômago não doeu
Mergulhei a raiva que me serviu de travesseiro num copo de café e a vi se transfigurar em força e depois em roupa
O Sol e eu sorrimos para nossos papéis com um prazer sereno
Não nasci pra ser outra nem metade
Não me combino com correntes, satisfações ou espera
Hoje é terça e eu não sou a mesma de terça passada
Esqueci o que sentia, desfiz todos os planos, larguei aquela camiseta branca sobre a cama desfeita e saí

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