Derramou os olhos uma última vez pela casa, rodopiou-a e tornou a entrar, respirando cada canto, como quem se despede num domingo.
Mas o domingo já havia se posto e naquela terça-feira a esperança se aninhara na camiseta branca que recebeu reza a semana toda para que lhe falasse ao corpo.
Não tinha como compreender em sua pequenina alma as dúvidas dele, tampouco queria que sua euforia convidasse conclusões erradas para tomarem o lugar daquilo que já haviam nomeado.
Sabia que teria que conviver ainda com as despedidas, até que se apaixonassem por ela e decidissem morar em seu começos.
Sentia falta da casa toda vez que partia, da luz que molhava sua paisagem de um jeito diferente; do cheiro e do som, mesmo mergulhado em silêncio.
Sentia falta dele e sabia que era essa mesma falta que carregava a bateria do despertador todas as manhãs que subtraía quando aprendeu a viver às sextas-feiras.
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