quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Ontem a noite

Usaram meu nome
E usaram meu corpo
Justo eu, que negligenciei o tempo de meu uso
que dispensei a companhia das meninas mais bonitas da cidade pra vestir meu uniforme preto, pra vestir o sono da cidade, pra vestir renda azul e escrever, pra nem me vestir
e viver nua e intensa, uma vida só
de uma só vez
Curta a ponto de caber no bolso de qualquer um...
De caber no seu sem saber sair
De na verdade apenas fingir que caibo
evitando os impactos dos passos
e mesmo assim me permitir ser chacoalhada
Na noite em que decido dormir

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