Outra insensatez de meus sentidos dúbios
Outra noite de bar
Outro movimento automático de gritar com garçons pra depois acordar e estender os lençóis amarrotados pelos mesmos movimentos parilhados com aquele que escolhi levar pra casa apenas para disfarçar o fim...
Outra vez meus pés formigando
enquanto meus dedos acariciam voluptuosamente a mesa de madeira que nem é minha
mas que me faz companhia depois de dispensar todos de qualquer compromisso
Meu termostato pirou
e consigo sentir calor nas gotas suadas do copo de cerveja
nas minhas palavras perdidas
nas promessas insólitas que me sustentam enquanto estou sóbria
e enquanto não estou...
nas espera de quem não vai voltar do outro lado do mar ou do véu da morte
E no medo de não saber onde fica o fim..
Em temer e amar a solidão
Em temer a geladeira vazia de cerveja e fubá
Em temer, por simplesmente não saber como é dividir algum medo
Dividir a lavagem da roupa de cama, o fubá e a breja
Ou um final de mês...
Às vezes só queria morar num livro
do velho Buk ou de Jane, ou de Emily Bronte,
ou apenas ser Pessoa e morrer enfim..
Mas eu ainda não morri
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