quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

E de mim

Se elas deixaram de escorrer de mim
Foi por as ter guardado..
No fundo de qualquer espaço que deixei em branco
Só para poder lembrar-me de alguma coisa na  inconsciência de nunca mais ser aquela que cuspia poesias
Ter-me esquecido de todas
E de mim.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Través

Pisei no meu quarto, molhado de lua
E senti receio de acender a luz
Resolvi de soslaio voltar àquela praça
para ser Pessoa nenhuma...
me lembrando de todas.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

21 dez 2011

               Em discrepância com o s fatos, eu sobrevivo atrás de tintas e sorrisos vomitados por meus próprios pincéis.
               Eu sobrevivo nos acordes que se propagam no espaço em harmonia com o tempo que me convida para dançar em compassos de contratempos no salão das casualidades...
               E eu danço, pois tenho asas nos pés e pressão nas veias.
                Sorrindo, para ser exemplo aos meus próprios descontentamentos, ofuscados por tanta cor com as quais cubro o muro da vida, onde eu brinco de me equilibrar quando ninguém está olhando..

segunda-feira, 24 de junho de 2013

pira.ção

Usando o sábado a noite para fazer uma assepsia visual
Eu deixo a janela aberta para as bruxas e os finais...
O mundo nesse clic de percepção, a gente se identificando com uns e vendo outros escorrendo pelas beiradas da páginas onde nossa história é escrita
A fé contra o medo que ainda consigo sentir das máquinas e do abandono da elegância
No escuro a luz do celular que não me atrai, mas também não me assusta
pois não compete com aquela que entra na mente coletiva de quem passeou plantando flores,
sob a luz da Nova Era,
que vai desenhando uma face politizada e a outra o domínio da esperança

Será que a lua vai me acordar essa noite?
Não quero nada além de ver você entrando na luz que eu emano quando danço

Nova Era..
A gente não vai mais ter medo de janelas abertas nem de encontrar a nós mesmos atrás do espelho
A gente vai ser o mentols na 'geração Coca-Cola'!
A gente vai saber passear

Será que vou ouvir de você que a gente conserta o passado?
E vê-lo lendo meus livros pelos meus olhos?
Será borboleta e metamorfosear?
Travando a briga com a aranha me descubro retrocedendo meus sentimentos e me apaixonando pelo menino que estou conhecendo no homem que aprendi a amar!

Selarei meus sorrisos ao seu dedo enquanto você seguir cuidado, ligando o timer da tv só pra não me incomodar demais...
Tão frágil, escondendo os pequenos prazeres que aprendeu a namorar...

Dá a mão, a gente vai junto procurar o caminho,
vou te admirando, vendo que compreende a organicidade dos sentimentos mais lindos que Wallon ensinou a olhar...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Antes de o sol chegar (ou do despertador tocar)

Ele se levantou. Saiu. Voltou.
Ela entreabriu os olhos. Viu seus sonhos soltos no quarto iluminado pela luz fraca que vinha da rua. Virou-se no colchão, cerrou as pálpebras e esperou.
A noite estava fresca, cheirava a chão que foi molhado antes de adormecerem. A casa silenciosa embalava o sono imaculado de quem tinha hora para acordar.
Ele voltou. Deitou. Grudou o corpo quente junto ao dela e abraçou-a com braço e pernas.
Sentiu-a. Esfregou-a com as mãos. Respirou-a.
Despiu-se. Beijou-a. Foi beijado por quem não sabia se tinha acordado. Desnudou-a. Acariciou-a. Percebeu a respiração dela aumentar, os lábios gemerem...
Virou-se, cobrindo-a com o peso de seu corpo.
E fez-lhe amor.
Fez-lhe amor até ela perder as pernas.

(...)

..até o despertador avisar àquelas crianças que o sol já estava por vir.