Os vejo rodopiar sobre meu dia quando deveriam sujeitar-se aos meus compromissos,
quando deveria ser eu a escorregar sobre os dois,
que desnorteiam meus labirintos,
guardados no bolso do corpo, regendo a labirintite incoerente de quem se permite à neurose de arrumar seus espaços físicos,
desarrumando a mente, gavetas mentais...
Sabedorias maternas à parte, fujo à regra da organização dos pensamentos ao organizar as tantas coisas e coisas que nós homens somos capazes de armazenar temporariamente (possuir?) ...
Fujo às regras mãe, mamãe, me perdoe por isso também (ao menos meu quarto está sempre impecável).
Brindo à lucidez,
à insobriedade...
Brindo minhas decisões sem parâmetros que logo serão substituídas pelo seu oposto,
brindo às emoções e à liberdade do nexo que já havia abandonado o cargo de conduzir nosso mundo,
que perdeu seu sentido existencial ao começar verdadeiramente a existir.
(nexo?)
Brindo aos olhos daquele cara à caráter de seus papeis sociais,
quando ele fala que é um alienado feliz, assiste tv, vomita nas entrelinhas, sente saudades de seu relógio de bolso,
e me atira pelas janelas azuis...
Brindo ao brinde dele que foi juiz no altar da minha paixão pelo surrealismo filosófico,
que me apunhala com os sorrisos de quem não confessou os segredos do conjugue sedento pelo "sim, aceito"...
É... Entornei o copo raso do elixir de minha bílis mental, ácida e tão doce,
quando percebi que nada no mundo faz sentido além dos manuais de filosofia para destruir toda a cultura animal...
Me embriaguei ao ver que os padrões de normalidade obedecem aos interesses do sistema econômico. (humano?)
E escolhi estar narcotizada ao lado dos sãos, porque a sanidade é subjetiva.
Comigo?
Apenas minha mente (as vias de comunicação virtuais mortas),
conectada a um papel que não toco, na tela do computador que decidi me conectar em busca de desconexão.
O sentido das palavras assume significados relativos às tantas ideologias que vem ditando as cores das paisagens captadas pelos sensores atrofiados...
Eu?
Num gozo que permite a comunicação da minha mente nesse monólogo.
Eu?
Cansada de boiar nos meus conflitos particulares,
afogar o super-homem nas minhas lágrimas e vê-lo do portão levando um pouco da angústia que era minha.
Sou menina,
menina do mundo.
Sou a mente querendo ser balão e voar livre do envólucro de carne integrado aos passos de uma sociedade falida com a qual não quero dançar...
Mas qual será meu fim (além de sozinha)?
Seguirei Zaratustra...
Ou chegará o dia em que aceitarei o uniforme e assinarei contrato?
Par ser também uma alienada (só não prometo feliz).
Não dispenso mais sorrisos às manhãs, é verdade.
A luz que escapa entre os dentes se apagou e minha janela está fechada...
Mas mesmo andando no escuro, prometo chego até os vinte e sete anos para lembrar do que me disse.