quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Não existe

Gosto da música da chuva, da dança das plantas, da alegria da grama e da diversão do vento bagunçando as coisas sem ninguém que o repreenda
Gosto de conselhos tecidos exclusivamente pra mim, isentos da intenção de me mudar, apenas de quem me olha e enxerga o que a ansiedade esconde de mim mesma
Gosto também de cada roxo da minha perna, de quebrar pendrives no console do carro, de mudar de rota, de receber "sins", de não ter ninguém controlando a hora que eu chego ou deixo de chegar
Gosto dos socos e dos chutes, dos cigarros e cervejas geladas no final do dia, de namorar meu violão e o esquecer sem ser cobrada
Essa semana troquei o álcool pela Igreja, troquei a certeza por um dia a mais, nos dei um dia de silencio, brinquei na esquina na favela e percebi que não posso esperar nada de um futuro que não existe