terça-feira, 13 de março de 2018

Porto Seguro

Quando o teto do meu mundo desabou eu corri de chinelos para sua casa.
Você não podia abrir o guarda-chuva dos teus braços então me ofereceu o maior dos sorrisos que havia guardado nos bolsos da bermuda.
Então esperei na cozinha, tomando café com bolachas de água e sal.
E logo você me trouxe outro sorriso que jogamos nas xícaras, e fez com que seu abraço fosse o lugar mais seguro da cidade.
E saímos pagar contas...

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Porquê não escrevo

Escrevo para expulsar pequenas confusões inúteis de dentro do espaço sagrado da minha caixa craniana; eternizar cores que apenas meus olhos veem e personagens de enredos que só existem no meu mundo desgastado.
Escrevo pra dar sentido ao tempo que passo acordada provando que estou viva.
Escrevo para que sobre mais espaço para o ar, porque preciso dele e ele de um sistema respiratório.
...
Tenho respirado bem.
Por dois, ou talvez três.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Descendo ou subindo a colina

''Não encontro explicação pro fim e nem fim pra explicar para sua imagem quente que é preciso que paremos de nos beijar do cume da montanha das minhas lembranças."

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Qualquer madrugada dessas semanas

A culpa foi dos pensamentos. Todos me irritavam. Depois, dos gatos implorando a entrada e saída do quarto. Daí foi a aquela música arrítmica da janela que batia, mesmo depois das duas vezes que me levantei para calá-la sufocando-a com pedaços de papelão amassados. Então foram os sonhos, misturando o êxtase com a agonia do descomprometimento lógico e encharcando o travesseiro às quatro da manhã. Foi aí que desisti de dormir. Vesti os sapatos, beijei o sol e fui cuidar da horta.