terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cadê meus grilhões?


Fechei-me num livro. Mas Zaratustra gritou-me de cima do caixote onde armazeno meu alimento literário, ao lado da cama. 
Escapei por entre as folhas mal temperadas quais degustava, dei as mãos ao Super-homem e fui observar os dormentes da minha montanha particular...

sábado, 26 de novembro de 2011

Filosofias de praça

Saí à caça de outro poente, incerta sobre o desabar das nuvens que omitem cores de uma pintura que não posso ver. À minha frente há uma praça, que observo de cima das pernas postas em cruz, acolhendo os papéis em meu colo. Mas às vezes é a praça que senta em meu colo e os papéis voam a minha frente...


Debaixo desse céu há outra praça que te acolhe e a seu cabelo que eu tanto gosto, enquanto brinca pelo dia que se derrete sempre no mesmo horário.
Mas sozinhas, sem as cores, o menino ou o cachorro, quem senta ao meu lado é o silêncio de tanto ruído urbano que já me acostumei a calmamente ignorar...


Pronto. Tudo se tornou anil.
O mercúrio traz a sombra de meus dedos ao papel onde se deitaram as palavras prometidas ao meu professor preferido.
Dispus-me do banco a filosofar e ser poeta. A praça se dispôs para meu olhar filosófico enquanto meu corpo disposicionou-se várias vezes, exibindo-se para um poente omitido.
Sentada, percorri um caminho impulsionada pelo espanto de perceber que tantas palavras utilizadas em trabalhos acadêmicos ou poesias vespertinas não tem o sentido que teriam se ainda ouvíssemos o que elas têm a dizer em sua síntese dialética originalmente grega... enfim, o trabalho está pronto e seu palco foi a praça.

Vou voltar para casa, assar pão de queijo e escrever num blog que ninguém lê.
Não... não há tristeza em minhas composições solitárias. Nietzsche também não obteve sucesso sempre que produziu suas sintaxes... Essa é minha poética e filosofante maneira de SER por trás do meu ENTE, após quebrar os grilhões e escolher sentar sobre todos os poentes...

Feliz aniversário!

Degustando um poente pelas costas, exponho as veias às injeções de adrenalina que me invadem o quarto no quinto marco da septimana.
Nas últimas manhãs do nosso calendário, não encontrei poleiro. Permiti-me partir num bater de asas que finalmente hoje me arremessa exaurida na cama. E é nela que rolam pensamentos, sonhos, desejos e lembranças, envoltos no calor de um lençol dupla-face, de euforia e acalento. E é nela também que eu desenrolo algumas letras que trouxe acomodadas entre as asas e me cubro com elas, sendo-as através de mim e encontrando você quando decido sê-las.

Estico os olhos e um bem-te-vi se despede do sol, do lado de fora da janela, onde também está uma borboleta experimentando flores quaisquer pela prima vera que se estende por nós, em nós e para nós.
É pra ela que sorriem minhas palavras, redimindo-me pelo esquecimento de dois dias atrás...


Verdade que hoje não tenho flores para te dar, nem luas, pois o céu enegrecido dispensou a nossa amiga robusta. Não tenho desculpas e nem meu calor, pois estamos tão imersas em nossas rotinas egoístas que os aniversários vêm passando na ausência dos cumprimentos -pessoais ou virtuais.

Mas aqui, te prometo uma canção, um violão, um bolo e, como não poderia deixar de ser, um café, sem gravar em tempo algum a intenção que brota no brinde de todas essas coisas.
Coisas, quais já superamos.
Luas, pelas quais há tantos e tantos anos passeamos.
Anos, que se somam sem grande significância, pois a evolução não é cronológica...
Amor, que é o que temos e esse não passa.
Divagações, onde me perco agora, te encontro e essas sim te dou de aniversário!!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Enquanto é tão cedo


E ainda daqui de trás da janela eu procuro o branco da roupa, mas no final quem me abraça é sempre o cinza do jaleco que hoje se mistura ao tom do céu e das lembranças...


Apesar de eu ter sonhado com seus braços essa noite, menino, eles não me alcançaram quando acordei.


http://letras.terra.com.br/o-teatro-magico/361399/


Manteiga para a humanidade...

Por trás da janela fechada, ouço estalarem os metais dos telhados das casas sob a chuva que roubou o calor do amanhecer.
Meus olhos úmidos de tanta lágrima gelam minha alma de hoje e procuram nos trajes de palhaço um sorriso, mesmo que seja triste.
Por tanta água e tanto sonho despertei faminta, de pão e humanidade, mas comi os velhos sonhos que foram apenas o que sobrou para mim sobre a mesa.

Ontem ignorei estar sendo observada e aceitei com uma naturalidade que agora me espanta ser molestada por um qualquer enquanto me curvava sobre o peso de tantos nós no dia... O que ele levou sinceramente não me fará falta, pois esta já faz dele morada, esvaziando sua mesa de pão ou humanidade.

domingo, 20 de novembro de 2011

Alecrim

Guardei um incenso de alecrim para perfumar um momento que ainda não construí.


Vou acendê-lo quando quiser lembrar que já foi aceso por ti e perfumou um pensamento que se balança entre os sonhos em comum de uma menina e um menino distantes...

sábado, 19 de novembro de 2011

Num repente, dei seu nome...

Cansada de conter pensamentos em pequenas implosões saí para descarregá-los pelas calçadas, numa corrida onde hesitei apenas quando os ribeirões de piche cortavam meu caminho, quadriculando a rota da menina sedenta pelo seu próprio suor.
Meus tênis engoliram os minutos, trazendo a digestão para as veias pulsantes de minha tez e cada passo cavava um sulco profundo onde podia depositar idéias mastigadas para esquecê-las no movimento seguinte. 
Ao esvaziar minha mala invisível e exaurir o fôlego e a força dos tornozelos encontrei o pouso perfeito, entre um rio urbano e um bambuzal, num bairro pouco acimentado que era omitido pelo cinza das gloriosas edificações.
Pousei sobre a embriagues de um novo poente, enquanto as gotas de suor acariciavam minha pele há muito não tocada.
E o sol ia escorregando entre dois prédios, sorrindo rosas em cima das nuvens que acolchoavam sua partida... Eu ia esticada no colchão verde, trançando pensamentos e atirando-os ao poente para tentar laçá-lo e persegui-lo além do horizonte.
Decidi esperar a primeira estrela me convidar para voltar para casa. Encontrada com o cansaço, não mais me sentia só e esse segrego eu guardei no bolso de uma velha bermuda jeans... 
Mergulhava o olhar no azulado que se opunha ao poente a procura do meu sinal de luz, enquanto palhas se embrenhavam nos fios castanhos despenteados e livres à passear sobre minhas costas. 
Mas foi num repente que se pintou a primeira estrela, bem acima das nuvens que devolviam o rosa emprestado pelo sol. Sorri para ela e lhe dei seu nome, rs, que repeti ao levantar-me e persegui-la com os pés apaixonados. Saboreava lenta os quarteirões, de mãos dadas àquela que evocava pelo nome do menino a descobrir esquinas novas comigo, que sempre diziam a mesma coisa: "haverá um poente para cada dia e uma estrela disposta a passear com meus olhos."

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Seu jardim, sob uma velha lua...

Pousei em minha própria janela, bem quando o céu adotou outro azul para exibir sobre os telhados das casas –ou os prédios destelhados.
Meu quarto era cor nova também, vestindo os tons que meus olhos colhiam no jardim gráfico dela que cultivava seus pensamentos à espera do pouso de borboletas.
Cada linha é um canteiro com as mais belas e exóticas flores. E bem ali, na linha do horizonte onde a tarde se rende, vejo-a com seu regador derramando algumas poesias e uns sorrisos derretidos sobre um papel virtual que é engolido pelos meus olhos.
Passeio pelo seu jardim escolhendo as melhores pinceladas para o quadro dessa tarde esvaída em mim, alimentando-me dos frutos plantados no ontem, sorrindo noutro espaço-tempo e a imagino a sorrir atrás de sua janela de vidro que guarda algumas lembranças de um passado em comum.
Paro e atiro meu olhar para além da janela, onde encontro-me com uma nuvem cor-de-rosa viajando ao oposto do poente... Sinto o vento que entra carregado do aroma de um copo sujo de café que descansa sob meu paladar revestir-me de velhas lembranças.

"O meu pensamento tem a cor do seu vestido".


"Ou um girassol que tem a cor do seu cabelo"


E ela chegará logo mais, reinando em um minguante, para nos lembrar que esteve lá sempre que o cobertor foi negro. Esteve mesmo quando se escondia atrás das nuvens ou fugia do sol, em ressessos sociais. rss...
E nessas noites em que a lua brincava com seu brilho ou nas tardes quando quem reinava era o sol, nós passeamos juntas enquanto eu te lia e você sonhava e quando eu adormeci e você voltou ao jardim para regar suas flores.

sábado, 12 de novembro de 2011

Sua antimatéria

Ele levantou e se molhou.
Seu fogo que vem pintando as cores de um mundo adormecido não transpôs as nuvens naquela alvorada e fez de sua luz música para os sonhos despertos de um alguém que já cumprimentara seu silêncio.
Os pássaros cantavam também e a música deles misturava-se com a dos pingos que caiam do lado de fora da janela, num ritmo isento de qualquer influência do modismo implantado pela mídia. E então dançaram meus pensamentos, empurrando o cobertor que já havia se colorido de amarelo sob a incidência daquela manhã chuvosa.
Vestia um pano velho e os sorrisos irrigados pela chuva de léxicos que desaguou enquanto um dos sonhos que minha cama cria para mim abrigava-me da noite.
No meu quarto haviam duas janelas e numa delas eu guardava um poeta e sua chuva de palavras onde banhavam-se minhas esperanças secretas, dançando no ritmo mudo que ele compunha e assoprava. Era matéria desmaterializada e talvez antimatéria ao mesmo tempo. Era sua coleção de dígitos que desapareciam após um clique num dos pequenos botões que serviam como parapeito da sua janelinha e apareciam na minha janelinha, sendo então matéria desmaterializada e materializada através dos muitos quilômetros de distância, sem confessar as vias por onde trafegavam. Chegavam sem aviso prévio, entravam pela minha janela anunciando-se com um “bipe” e tornavam-se então a antimatéria, que consumia toda a atenção a sua volta e o oxigênio que não podia mais ser tragado pelas minhas narinas.

E então a luz do sol continha-se entre meus dentes, exibindo-se naquela manhã onde apesar de o sistema vigente ter me liberado dos compromissos matinais, meu relógio orgânico despertava-me no mesmo horário. Os sonhos de ontem já estavam espalhados pelos tacos de madeira do chão do meu quarto e amaciavam minha caminhada até a pia onde um beijo refrescante me aguardava nas cerdas da minha escova. Cumprimentei a menina que estava lá a me encarar com seu sorriso mudo e viajei por um instante nas ondas que se faziam nas pontas de seu cabelo recusando-se à doutrinação de qualquer pente. Ela tinha olhos pequenos, mas neles cabiam tudo o que via. Então seu tamanho não era medido pelas dimensões do espelho e sim pelo infinito atrás dos seus olhos.
Sorri de volta para ela e comecei meu dia molhando os pés no dissoluto das nuvens que uma amiga me encorajou a postar e deixando que outras molhassem os entes além da minha janela...


;)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Palmas para o poente!

Sentei novamente ao lado do meu silêncio que não era a ausência de palavra nenhuma, mas uma forma de co-existir nessa acinzentada desordem sentimental.
Cansada de vomitar meu mundo e vê-lo dissoluto numa poça que permanece apenas para desenhar os desvios das pessoas, apanho a agulha e costuro minhas palavras, uma a uma, para não escaparem mais de minhas roupas.
Levanto e caminho mais uma vez, procurando uma cor para substituir aquele cinza implicante.
Poderia eu colorir-me com a sujeira gratuita ao inalar a fumaça dum canudo de erva ou beijar o copo dum veneno barato... Comeria um pedaço de carne, falaria palavrão ou agiria promiscuamente?
Não. Sou ridiculamente avessa aos prazeres naturalizados e apaixonada pelo domínio das minhas vontades.

Deixo-me corroer com a inquietude que me acompanha pela peregrinação no final desse poente, que congelei numa memória mecânica e deposito meus passos pelos antigos becos escuros onde já me perdi.
Olhos ávidos, devoro os quarteirões com a fome de linha de chegada, a esperança salivando a cada esquina pela surpresa que talvez esteja me esperando lá.
Mas só pousei na parada a tempo de ver um tumulto na praça em frente, onde minha recompensa não estava.


Também não estavam os beijos coloridos e parti cinza.

Poltrona vazia

Deslizo sobre uma nova intenção enquanto minha caligrafia desliza pelo papel num expresso sem paradas.
Ontem eu fui perdoada de novo. Hoje observo as flores que passam pela janela, brotando sobre esse perdão que vem dia a dia remodelando meu sorriso.
Estou na fileira que se esconde do sol nascente, o que me faz pensar que ocuparia o lugar certo se meu amigo dourado estivesse se pondo no horizonte que acompanha a estrada que percorro sobre as rodas que não são minhas.
Minha também não é a mochila vermelha, o vestido azul tingido pela minha mãe, os papéis no colo ou as sandálias de couro que abraçam a meia branca no pé.
Minha não é a bagunça de fios castanho claros ou a pinta no lado direito do pescoço.
Não é a cor da minha pele. Tampouco dos meus olhos.
Realmente meu é o silêncio sentado na poltrona vazia ao lado, num ônibus interurbano. Meus são os seus sussurros que me lembram que nessa manhã, mais uma vez, eu optei por caminhar sozinha...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Te levaria...


Te levaria comigo
Pra um canto que tampouco é meu
Te deitaria ao meu lado
Na direção cardeal que você escolheu
Não falaria nada
Pois só o silêncio é realmente o breu
            Onde nascem estrelas
Para os poentes que a gente esqueceu...



(...)
Bem ali, 
estenderia um lençol para nós e emendaria o pôr-do-sol ao despontar-da-lua...

Tentativa de conexão não estabelecida...

Corri sobre uma idéia,
que deu voltas no poente até pousar arfante num banco de praça que havia assistido sozinho a despedida do amigo dourado.
As gotas de suor e eu estávamos sentadas ali, quando então o Sol compadeceu-se com nosso atraso e desmanchou seu último sorriso em rosa líquido. A tinta escorreu atrás dele e pelos prédios ao lado oposto, presenteando a menina e seu fiel cachorro com mais alguns minutos do espetáculo que tanto a deslumbrava.
E meus olhos refletiram a nova cor, mas enxergavam apenas uma sequência de números mudos na janela de vidro que cabia na mão.
E a cor se foi, perseguindo a luz à cumprimentar outros bancos de outras praças...
Acompanhada pelo silêncio, segui meu rastro de volta a procura de um acalento para meu coração espremido pelo vazio. Abracei a cama e fui abraçado por Robert Plant, que cantava para minha frustração.
Entre as grades, vejo as nuvens interferindo na transtonalização dos azuis e transformando o teto numa abóboda cinza e feia.
Cinza também estão meus pensamentos, que saltam a cada batida rítmica do bumbo no quarto ao lado (...)

domingo, 6 de novembro de 2011

Fatias

Ontem escorreguei pelo asfalto, sentindo o vento dissipar as tensões e reunir uma única intenção enquanto brincava com os cabelos dentro do veículo que trasportava os meus e eu. O destino era o refúgio coletivo, onde o verde derramava-se aos quatro cantos e onde começava a real viagem dos pensamentos ao descanso dos corpos...
Por lá percorri discussões filosóficas vomitadas em cima dos pratos e derretidas junto ao suor daqueles que dividem prazeres cármicos comigo. Depois fui fatiar o dia, ruminando o cimento das minhas edificações mentais...
Plainei o olhar sobre o lençol líquido de reflexos represados, observando a diversão dos pássaros que esbarravam na água em rasantes refrescantes;
Balancei o corpo entre dois pilares da varanda enquanto meus olhos balançavam-se em teorias impressas;
Enfeiticei farináceos para que doutrinados pelo forno arrancassem sorrisos na companhia de um café vespertino;
Atirei-me ao cume da minha montanha favorita de mãos dadas com as pipocas que fugiam da panela quente no momento em que o Sol declarou sua partida;
No final, assoprei um beijo pra senhora do céu e abandonei-a ao seu posto escuro enquanto eu rolava com as palavras sob um teto de sonhos despertos.

Agora, escorregando de volta, penso na avaliação institucional dos meus pontos de vista -tão subjetivos!- a qual deverei me submeter exatamente às 14:00h, pelo horário de Brasília, no dia 06 do mês de novembro do ano de 2011.

Um bom domingo!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A lua, pela perspectiva dos pés!

Pendurei a cabeça no canto da cama, experimentando oferecer uma nova perspectiva aos meus pensamentos que teimavam em rodopiar fora de seus lugares.
Migrando o olhar para o teto negro salpicado de luzinhas, me encontrei com a lua que me disse estar absolutamente sem preocupação.
O sangue começou a fazer pressão, aprisionado na caixa onde regava aqueles pensamentos e pediu para que eu nivelasse o corpo à cama. Sou teimosa tal qual meu rebanho, portando inverti as posições caçando aquela que insistia em brilhar apenas para os pés. Sentia náuseas a cada giro das hélices ferozes que assopravam fios de cabelo e pensamentos à fio.
A lua se aproximava, tagarelando sobre minhas descertezas.
Alguém continua distante, entre sorvetes de chocolate com côco, papéis e mesas de bilhar.
E eu descansava meus pés sobre a cabeceira, tendo pressa num novo amanhecer.

Apertando os olhos, convido o sono para ser minha rota de fuga, porém, ele apenas pede para eu espere a lua que vagarosamente debruça-se na mina janela (...)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Varal de pensamentos...

Do céu que tanto amo, tenho só uma pequena fatia emoldurada que não carrego no bolso ao abandonar o quarto.
Aproximei minha cama da janela antes de deitar, para ficar mais perto dos meus sonhos. Se o medo entrar, minhas fantasias cantarão para ele.
Elas, que nem são tão minhas, 
pois não as controlo...
Elas que são perfeitamente minhas, 
pois cabem no tamanho do meu sonho!
Hoje joguei você para cá e para lá dentro delas, mastiguei-o e o cuspi, para estendê-lo no varal onde penduro alguns pensamentos.
Sentei sob outro poente, dos dedos ainda escorre alguma intenção silenciosa que mancha o papel e deixa ilesa a possibilidade.
Um bom dia, passarinho.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Seu pincel

Palavras pintaram além de uma pequena janela de luz artificial; pintaram todo o azul emoldurado em outra janela, onde naquele momento descansava meus olhos.
Junto aos estilhaços de nuvens, navegava num mar que era também a via de um pensamento bilateral balançando-se sob a vontade das ondas. Da areia, cada qual em sua praia, um menino e uma menina dançavam no mesmo compasso, mesmo tendo apenas o espaço e um tempo subjetivo como pares para aquela valsa paradoxal, onde se encontravam somente nos seus desencontros.