Degustando um poente pelas costas, exponho as
veias às injeções de adrenalina que me invadem o quarto no quinto marco da septimana.
Nas últimas manhãs do nosso calendário, não encontrei poleiro. Permiti-me partir num
bater de asas que finalmente hoje me arremessa exaurida na cama. E é nela que rolam
pensamentos, sonhos, desejos e lembranças, envoltos no calor de um lençol dupla-face, de euforia e acalento. E é nela também que eu desenrolo algumas letras que trouxe acomodadas entre as asas e me cubro com elas, sendo-as através de mim e encontrando você quando decido sê-las.
Estico os olhos e um bem-te-vi se despede do sol, do
lado de fora da janela, onde também está uma borboleta experimentando flores
quaisquer pela prima vera que se estende por nós, em nós e para nós.
É pra ela que sorriem minhas palavras, redimindo-me pelo
esquecimento de dois dias atrás...
Verdade que hoje não tenho flores para te dar, nem luas,
pois o céu enegrecido dispensou a nossa amiga robusta. Não tenho desculpas e
nem meu calor, pois estamos tão imersas em nossas rotinas egoístas que os
aniversários vêm passando na ausência dos cumprimentos -pessoais ou virtuais.
Mas aqui, te prometo uma canção, um violão, um bolo e, como não poderia
deixar de ser, um café, sem gravar em tempo algum a intenção que brota no brinde
de todas essas coisas.
Coisas, quais já superamos.
Luas, pelas quais há tantos e tantos anos passeamos.
Anos, que se somam sem grande significância, pois a evolução
não é cronológica...
Amor, que é o que temos e esse não passa.
Divagações, onde me perco agora, te encontro e essas sim te dou de aniversário!!