quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Antes de o sol chegar (ou do despertador tocar)

Ele se levantou. Saiu. Voltou.
Ela entreabriu os olhos. Viu seus sonhos soltos no quarto iluminado pela luz fraca que vinha da rua. Virou-se no colchão, cerrou as pálpebras e esperou.
A noite estava fresca, cheirava a chão que foi molhado antes de adormecerem. A casa silenciosa embalava o sono imaculado de quem tinha hora para acordar.
Ele voltou. Deitou. Grudou o corpo quente junto ao dela e abraçou-a com braço e pernas.
Sentiu-a. Esfregou-a com as mãos. Respirou-a.
Despiu-se. Beijou-a. Foi beijado por quem não sabia se tinha acordado. Desnudou-a. Acariciou-a. Percebeu a respiração dela aumentar, os lábios gemerem...
Virou-se, cobrindo-a com o peso de seu corpo.
E fez-lhe amor.
Fez-lhe amor até ela perder as pernas.

(...)

..até o despertador avisar àquelas crianças que o sol já estava por vir.