domingo, 17 de dezembro de 2017

O que eu fiz com o domingo que você me deu

Ele acordou cedo para colocar sua leitura em dia. Depois, telefonou para dizer que acreditava nela.
Seus olhos castanhos lhe contaram coisas que ela nunca tinha visto em si mesma.
Atrevido como era, pegou toda a loucura dela e fez espuma, ensaboando seus pequenos crimes para que os vissem escorrer. Compôs-lhe pequenas poesias enquanto secava o álcool de suas veias com seu hálito quente. Afiou a língua com filosofia e lhe provou que o pessimismo pode ser uma das maneiras mais belas de sobreviver.
E então ela chorou, pois já não queria mais ser menina.
Suas lágrimas molharam a terra que ele arou para que ela plantasse seus novos propósitos.
E então desligaram o telefone.
...
Ele havia lhe dado um dia, o primeiro dia de sua vida, justamente um domingo.
E ela dormiu seu primeiro sono.
E então despertou, terminou um livro, começou outro, se cansou de ler.  Descalçou os sapatos e correu na chuva.
Achou graça no jeito que o seu vestido balançava com o vento. E dançou no ritmo das folhas ao som daquela música amedrontadoramente maravilhosa que assobiava em seu coração.
E quando o sol declarou sua despedida, beijando apaixonadamente a ponta das árvores, sentou-se com um copo de café para ver os passarinhos.
Curiosamente seu lugar preferido durante todos aqueles anos dava vista para a casinha onde ele morou. Começou a se lembrar dos milhares de poemas que compôs para aquela montanha e para as cores que só existiam nela. Lembrou também de quando eram crianças e da timidez dele lhe esperando calado no mata-burro, todos os dias.
Sorriu, e foi cuidar das galinhas.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

La Complicidad (Soy El Verbo) - Perota Chingo

A Cumplicidade (Sou o verbo)
Sou o verbo que dá ação a uma boa conversa
E quando você me nomeia sente vontades
Sou a nova alternativa contra contaminação
E você é a energia que me carrega
Sou um bosque que dá sombra a sua casa
Um vento suave que lhe acaricia o rosto
De todos seus sonhos, negra, sou a manifestação
Você é essa liberdade sonhada
Sou a serenidade que leva a meditação
E você é esse tão sagrado mantra
Sou este joguinho e remendos que te baixa a pressão
E sempre que sobe você me chama, já
Tira o lençol, saia da cama
Vamos conquistar toda a casa
De tudo que você se acostuma sou a contradição
Acredito que isso é o que te chama

A cumplicidade é tanta
Que nossa vibrações se complementam
O que você tem me faz falta
E o que tenho te faz ser mais completa
A afinidade é tanta
Olho pros teus olhos e já sei o que pensas
Eu te amo porque você é tantas coisinhas bonitas
Que me fazem acreditar que eu sou

Sou o fermento que faz o coração crescer
E tua vitamina que me faz falta
Sou o orvalho que se instala em sua vegetação
E tua terra fértil que está escassa
Sou a areia branca que cobre tua praia
Toda a folhagem que dá vida ao seu mapa
De toda ideia criativa sou a gestação
Você é a utopia de sua vocação

A cumplicidade é tanta que nossa vibrações se
complementam
O que você tem me faz falta e o que tenho te faz ser
mais completa
A afinidade é tanta
Olho pros teus olhos e já sei o que pensas
Eu te amo porque você é tantas coisinhas bonitas
Que me fazem sentir muito bem

O que sou, sou a loucura que te estremece, sou seu vício
E você é minha felicidade, minha calma
Sou uma colônia que vai em busca de liberdade
E você é essa dose de esperança
Sou a cordilheira que na distância lhe cura a visão com
sua elegância
De todo louco que tenta sou a frustração
Você é o desafio que me encanta

A cumplicidade é tanta que nossa vibrações se
complementam
O que você tem me faz falta e o que tenho te faz ser
mais completa
A afinidade é tanta
Olho pros teus olhos e já sei o que pensas
Eu te amo porque você é tantas coisinhas bonitas
Que me fazem sentir muito bem

domingo, 10 de dezembro de 2017

Sem sono

Ele misturou a beleza das cinco moças numa dose quente,
Mas quem ficou bêbada fui eu.
E não consegui dormir...