segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Qualquer madrugada dessas semanas

A culpa foi dos pensamentos. Todos me irritavam. Depois, dos gatos implorando a entrada e saída do quarto. Daí foi a aquela música arrítmica da janela que batia, mesmo depois das duas vezes que me levantei para calá-la sufocando-a com pedaços de papelão amassados. Então foram os sonhos, misturando o êxtase com a agonia do descomprometimento lógico e encharcando o travesseiro às quatro da manhã. Foi aí que desisti de dormir. Vesti os sapatos, beijei o sol e fui cuidar da horta.