...
Por que a poesia foge quando vivo sobre a ameaça de você entrar pela porta que insisto em deixar aberta?
E por que não me lembro dela nem da porta quando você aparece para curar a dor de criá-la?
Sem saber se é bom ou ruim?
Queimei minha pele morta na brasa daquele cigarro
Tentando evaporar o álcool que absorvi na última esquina aberta dessa cidade
Dançando com a fumaça do corpo dele num soneto composto pela solidão escondida entre as rosas que você espalhou pela casa, negligenciando poemas que nunca leu nem nunca vai ler
Enquanto rouba o espaço que eu tinha para chorar
e me poupa de enxugar a cerveja da mesa
Na incongruência da mistura de minhas próprias incertezas e resignações