quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Os acordes delas

O violão apoiou seu braço no parapeito da janela e sorriu ao ver o quarto ser preenchido pela alegria das vozes que dispensava os acordes.
A Andorinha e a Borboleta escorregaram junto aos raios solares que chegavam para participar da nossa festa, mas quando a lua bateu à janela, beijei a cama sem muitas idéias.
Nem a luz azulada que cobria os lençóis nem a canção dos sonhos da Borboleta que repousava ao meu lado pintavam a ponta do sorriso que faltou em meu rosto, quando aquele brilho se apagou sem resposta.
O silêncio daquela espera secreta era meu mártir e meu prazer, era a nave que me carregava bem perto da lua e transformava as lágrimas secas em prata líquida para lavar meu rosto.
O conforto vestia a mim mas não era meu; ele vinha do descuido de duas meninas que se renderam ao cansaço de uma euforia vespertina e balançavam-se em seus sonhos.
Eu optava por sonhar acordada, poetizando com minha angústia e minha felicidade enquanto era assoprada pela tempestade que nascia do ventilador.

Às minhas meninas.

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